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sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

TC DO PARANÁ QUER REDUZIR MUNICÍPIOS NO ESTADO: TODOS COM MENOS DE 5.000 HABITANTES TERIAM QUE SER ANEXADOS

No último dia no comando do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TC-PR), o presidente Ivan Bonilha apresentou nesta quarta-feira (11) um estudo que sugere a fusão de municípios para melhorar a gestão e a prestação de serviços básicos à população. Como “fórmula”, a corte de contas sugere que sejam unidos municípios que tenham menos de 5 mil habitantes. No Paraná, são 95 cidades nessa situação, segundo o TC.

O estudo apresentado nessa quarta mostra que municípios com população inferior a 5 mil habitantes tendem a não apresentar condições mínimas para prestar os serviços básicos ao cidadão – como saúde e educação. O TC fez uma comparação entre os Índices de Desenvolvimento Humano Municipais (IDHM) de 10% das cidades mais populosas do Paraná e de 10% das menos populosas e chegou a conclusão de que “micro e pequenos municípios são geralmente caracterizados por níveis mais baixos de desenvolvimento humano integrado, tanto em termos absolutos como relativos”.

Segundo o presidente do TC, os municípios paranaenses com população entre 50 mil e 200 mil habitantes apresentam os melhores índices de prestação de serviços e IDH.
“Na medida em que você tem uma estrutura que é deficitária você tem que extinguir essa estrutura e agregar a outra. Isso pode se dar nos municípios através da fusão ou da incorporação, ou do retorno desse município pequeno ao seu município originário”, diz Bonilha.

Arrecadação

O Tribunal de Contas chama a atenção no estudo para a arrecadação dos municípios no Paraná. Segundo o levantamento, a distribuição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) pode ter contribuído para o aumento do número de micro cidades. O FPM é um repasse realizado pelo governo federal referente à arrecadação de impostos para os municípios brasileiros e, muitas vezes, é a principal fonte de arrecadação em cidades menores.
“Historicamente o que aconteceu é que a criação [de novos municípios] nunca foi em função de um estudo de viabilidade em relação à prestação de serviços públicos, sempre a discussão envolveu questões menores, por exemplo, como conseguir mais recursos da federação em função das transferências feitas aos municípios”, explica o autor do estudo, André Luiz Fernandes, analista de controle do TC.
Segundo Bonilha, municípios com menos de 5 mil habitantes são inviáveis para se sustentarem política e economicamente, já que a receita arrecadada é menor que as despesas para manter a máquina pública funcionando.
O TC ressalta a necessidade da capacidade de realizar a arrecadação de tributos dentro do próprio município, sem depender totalmente de repasses federais. “O que detectamos no final desse estudo é que municípios pequenos, notadamente aqueles que têm até 5 mil habitantes, acabam tendo dificuldade com a receita que obtêm no orçamento que têm a sua disposição de custear a sua estrutura e mais ainda a prestar serviços com alguma qualidade à comunidade”, afirma Bonilha.

Vantagens da união

O TC argumenta que o aumento da população com a fusão de municípios poderia trazer vantagens às cidades, como a redução de cargos políticos, aumento da poupança para os cofres públicos, maior independência financeira e maior dinamismo econômico.
“Entre os argumentos favoráveis à emancipação destacam-se a aproximação do governo com a sociedade e o aumento da distribuição de recursos, o que possibilita maior acesso e fornecimento dos serviços públicos nas áreas de saúde, educação, saneamento”, diz o documento.

Contras

O relatório apresentado pelo TC também apresenta desvantagens da fusão entre municípios. Entre os contras identificados estão o aumento de desemprego, falta de acessibilidade à nova administração, perda da identidade das comunidades locais, menor representatividade política na tomada de decisões e planejamento público e conflitos entre os hábitos e costumes das novas cidades formadas.

Providências

O presidente do TC apresentou o estudo ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que seja discutida a flexibilização para a fusão entre municípios. Atualmente, para que uma cidade deixe de existir, é preciso que a Câmara de Vereadores convoque um plebiscito com a população e formalize a união com outro município através de projeto de lei.
Uma das barreiras para que isso aconteça é a falta de vontade política dos vereadores, que com a fusão podem perder os cargos. De acordo com Bonilha, o TCU deve sugerir uma comissão para discutir o assunto no Congresso Nacional.

Nanicos

Conheça os municípios do Paraná com até 5 mil habitantes que seriam afetados pela recomendação do Tribunal de Contas:
Altamira do Paraná
Alto Paraíso
Anahy
Ângulo
Arapuã
Atalaia
Barra do Jacaré
Bela Vista da Caroba
Boa Esperança
Boa Esperança do Iguaçu
Bom Jesus do Sul
Bom Sucesso do Sul
Brasilândia do Sul
Cafeara
Cafezal do Sul
Campina do Simão
Campo Bonito
Conselheiro Mairinck
Corumbataí do Sul
Cruzeiro do Iguaçu
Cruzeiro do Sul
Cruzmaltina
Diamante do Sul
Entre Rios do Oeste
Esperança Nova
Espigão Alto do Iguaçu
Farol 
Fênix
Flor da Serra do Sul
Flórida
Godoy Moreira
Guapirama
Guaporema
Iguaraçu
Iguatu
Inajá
Indianópolis
Iracema do Oeste
Itaguajé
Itaúna do Sul
Ivatuba
Jardim Olinda
Jundiaí do Sul
Kaloré
Leópolis
Lidianópolis
Lobato
Lupionópolis
Manfrinópolis
Marquinho
Marumbi
Mato Rico
Mirador
Mirasselva
Munhoz de Melo
Nossa Senhora das Graças
Nova Aliança do Ivaí
Nova América da Colina
Nova Santa Bárbara
Novo Itacolomi
Ourizona
Paranapoema
Pinhal de São Bento
Pitangueiras
Planaltina do Paraná
Porto Amazonas
Porto Barreiro
Porto Rico
Porto Vitória
Prado Ferreira
Quarto Centenário
Quatro Pontes
Quinta do Sol
Ramilândia
Rancho Alegre
Rancho alegre d'Oeste
Rio Bom
Rio Branco do Ivaí
Salgado Filho
Santa Amélia
Santa Cecília do Pavão
Santa Inês
Santa Lúcia
Santa Mônica
Santo Antônio do Caiuá
Santo Antônio do Paraíso
São José das Palmeiras
São Manoel do Paraná
São Pedro do Paraná
Serranópolis do Iguaçu
Sulina
Tamboara
Uniflor
Virmond

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