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domingo, 23 de fevereiro de 2014

ENCHENTE HISTÓRICA ATINGE RIO MADEIRA EM RONDÔNIA

20/02/2014


A cheia do Rio Madeira alcançou nível de gravidade 2, o último estágio antes de uma possível calamidade pública, anunciou o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Liberato Ubirajara Caetano de Souza, coordenador da Defesa Civil Estadual. Rondônia receberá nesta sexta (21) o reforço de 40 bombeiros da Força Nacional. Uma avaliação de danos concluiu que ainda não há necessidade de se decretar calamidade pública. "Ainda estamos longe desse estágio", disse otimista o secretário de Segurança Pública e Cidadania, Marcelo Bessa.

De acordo com a Sala de Gerenciamento de Crise, 1.336 famílias foram retiradas de suas casas em Porto Velho (RO) e em 14 distritos da capital, sendo 958 desalojadas e 378 desabrigadas. A aferição da cota do rio, às 7h15 desta quinta-feira, registrou 17,93 metros – uma elevação de 43 centímetros desde o último sábado (15), quando o ministro da Integração Nacional, Francisco José Teixeira, sobrevoou as regiões alagadas e reconheceu o estado de emergência em quatro cidades, decretado pelo governador Confúcio Moura (PBDB). 
Cem por cento das casas na cidade de Guajará Mirim, fronteira com a Bolívia, estão afetadas, totalizando 70 mil habitantes atingidos. A cidade, distante 300 quelômetros da capital, continua isolada em razão do transbordamento do Rio Araras, onde a travessia era possível a partir de uma ponte histórica que tem 30 anos e está submersa.

A Defesa Civil calcula que cada grupo familiar seja composto por cinco pessoas (casal e três filhos). “Com base nesse cálculo, estimamos que quase 7 mil  habitantes tenham sido diretamente afetadas nestas localidades”, disse o comandante do CB. Ele informa que a prioridade neste momento é a assistência aos desabrigados e evitar o desabastecimento no Estado do Acre via BR 364. A rodovia está fechada para o tráfego durante á noite, por medida de segurança adotada pelo Dnit (Departamento Nacional de Integração Terrestre). A maior preocupação é com o transporte de gás de cozinha e combustíveis, que só chegam ao Acre por via terrestre, e também depende de monitoramentos da travessia sobre o Rio Abunã (230 quilômetros de Porto Velho).

“A lâmina de água sobre a rodovia superou meio metro. Carros de passeio não passam. A travessia de 800 metros submersos, em dois pontos distintos da BR, só é possível por caminhões e carretas, e de forma lenta”, afirmou o inspetor Alvarez de Souza Simões.  “A restrição deve permanecer por tempo indeterminado”, concluiu. Cinco paróquias e quatro igrejas servem como abrigos e todos estão lotados. “Comprometeremos as férias e as festas de fim de ano, se for necessário, mas a prioridade é a emergência agravada pelas enchentes”, disse o secretário de Educação, Emerson Castro.
 
Autoridades intensificam assistência aos desabrigados em Rondônia (Foto: Assem Neto)Autoridades intensificam assistência aos
desabrigados em Rondônia (Foto: Assem Neto)
O secretário de Segurança Pública e Cidadania de Rondônia, Marcelo Bessa, disse que a força-tarefa, hoje composta por mais de 200 voluntários civis, militares estaduais, homens do Exército, da Aeronáutica,  garante assistência médica, alimentos e roupas aos desabrigados. “Não há motivos para alarmismos”, disse.

A coordenadora de Operações do Sipam (Sistema de Proteção da Amazônia), Ana Cristina, lembra que as cotas máximas históricas na Bacia do Rio Madeira sempre foram registradas no mês de março. A informação é desanimadora. “80% das maiores marcas (nível do rio) aparecem nesta época. Haverá de chover muito, e acima da média, por várias semanas. A previsão de vazante do Rio Madeira é para abril”, disse ela. O Sipam reafirma que as chuvas que caem em Rondônia pouco influenciam na cheia do Rio Madeira, e que a elevação da cota se deve aos temporais no Sul do Peru e na Bolívia.

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